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Dorcelina Folador, mátir da verdadeira política!

19 anos do assassinato de Docelina Folador, prefeita pelo Partido dos Trabalhadores no início da década de 90.

Podcast Outro Papo de Igreja, do Serviço Teológico Pastoral

Foi na comunidade católica que Dorcelina deu início à vida de indignação e de lutas, encerrada aos 36 anos, com tiros de pistola calibre 380. A prefeita assassinada nasceu no Paraná e veio para Mato Grosso do Sul, ainda criança, com a família.

Filha de pais humildes, lutadores, e irmã caçula entre sete, ela aprendeu desde cedo a lutar. Dorcelina teve paralisia infantil que a deixou com deficiência na perna esquerda. Por conta disso, até a adolescência, era motivo de chacotas, mas se defendia sozinha.

Já jovem, Dorcelina era uma das lideranças da comunidade católica que frequentava com a família e por circular muito bem entre as minorias, se tornou correspondente do jornal nacional do MST em Mundo Novo, onde atuou por cinco anos. Para estar ‘bem informada’, ela chegava a se vestir de freira, pegar identidade de freira, para entrar junto com policiais em acampamentos.

Em 1996, Dorcelina foi eleita prefeita com 3.422 votos e assumiu a prefeitura em 1º de janeiro de 1997. Até outubro de 1999, Dorcelina conseguiu mudar muitas coisas na administração municipal. Entre elas, a realização de concurso público para alguns cargos e a implantação do orçamento participativo.

Assassinada com seis tiros no dia 30 de outubro de 1999, em Mundo Novo, cidade que fica a 460 quilômetros de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.

Dorcelina foi morta no fim da noite de um sábado, quando estava sentada na varanda da casa onde morava com o marido e as duas filhas.

Prefeita de Mundo Novo no segundo ano de mandato, Dorcelina era conhecida por fazer uma ‘limpeza geral’ na administração do município e romper com grupos criminosos ligados ao poder público.

“Ela mexeu com a máfia da fronteira”, contou Egídio Bruneto, um dos coordenadores do MST (Movimento Sem-Terra), em Mato Grosso do Sul.

Os seis responsáveis pelo crime foram presos pela Polícia Civil em uma verdadeira “força-tarefa”, mas estão soltos, uns porque já cumpriram pena e outros continuam foragidos.

O mandante do assassinato, Jusmar Martins da Silva, era amigo de Dorcelina, ocupava a Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária e foi, inclusive, coordenador da campanha dela à prefeitura.

Dorcelina deixou um lindo legado de luta e coragem.

via > https://goo.gl/feIGSn

Texto retirado do blog As mina na história: https://asminanahistoria.wordpress.com/2016/12/23/dorcelina-folador/

Foto de Capa: CEBI

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